quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Alguns animais típicos da primavera.

Quando chega a primavera, as mudanças típicas da temporada ocorrem. É a estação que antecede o verão, que sucumbe o lado discreto do inverno, das roupas pesadas, as substituindo por cores alegres e despojadas. Há alteração no clima, nos ares e na vida. Nos centros urbanos, os arranjos ocorrem nos trajes e adereços. O mesmo acontece nas praias ou nos locais de temperatura amena. Já no campo, há outros sinais que mostram as mudanças. Hoje, em virtude das leis que protegem os animais, até nos arredores das pequenas cidades, eles são  notados. Nessas áreas temperadas, muitos animais migratórios fazem suas paragens, no entanto, há alguns que se destacam: a cigarra, a siriema, a tesourinha e o vagalume.
 Cigarra.
escolakid.com
Cicadídea é uma superfamília da ordem Hemíptera, subordem Homóptera, que
agrupa os insetos conhecidos pelos nomes comuns de cigarra. Auchenorrhyncha é uma subordem de insetos da ordem Hemíptera que contém as cigarras e famílias próximas. Wikipédia

Outra espécie que chama a atenção é a Siriena. Sempre andando em pares, antes mesmo do amanhecer já expõem seus cantos; um dueto estridente e intercalado.
Siriena ou Sariema (Cariama cristata) é seu nome vulgar dado às aves pertencentes à família dos Cariamídeos da ordem dos cariamiformes. São aves de médio porte, terrestre, que prefere correr a voar. WikiAves. Google.
avedomestica.com.br

 Além da Siriena, outra ave também migratória, é a tesourinha, ou tesourinha-do-campo. Vivendo em pequenos grupos, são vistas nesta região do Trópico de Capricórnio no período de reprodução.
flichriver.com/

A tesourinha (Tyrannus savana) é uma ave passeirifomes da família Tyrannidae. O formato de sua cauda deu origem ao nome comum. WikiAves

Quando chega a noite e se não há a presença de chuva, é a vez dos vagalumes ou pirilampos. São denominações comuns de insetos coleópteros das famílias Elaterydae, Phengodidae ou Lemyridae, notórios por suas emissões de luz fosforescentes. WikiAves. Google
aldaalvesbarbosa.com
Nas simples atitudes de sua sobrevivência, elas são vistos com harmonia baseados no show de luzes que eles emanam nas noites claras.
Todo o ano é assim. No início da primavera eles aparecem e permanecem nessa área até que suas proles atinjam idade adequada para seguirem seus rumos. Afinal, na vida, (parafraseando o poeta) “voar é preciso!”





Fotos: google - escolakid, com/cigarra- flichriver.com, avedomestica.com.br e aldaalvesbarbosa.com 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

DETRAN de Salesópolis esclarece multa duvidosa.


Antonio R. dos Ouros. 

Em meados do mês de junho, p.p., o munícipe Sírio do Nascimento foi surpreendido ao chegar a sua residência, com a comunicação de uma multa sobre a sua motocicleta ocorrida no dia 11 de abril de 2015, na Avenida Victor Wuo, na altura do número 300. No citado dia, o mesmo prestava serviço na cidade de Suzano e nem havia feito uso de seu veículo. Assim, dia 24/07/2015, com a via original da inflação em mãos, dirigiu-se ao DETRAN da cidade onde registrou a sua queixa frente ao ocorrido. Prontamente atendido pelos responsáveis: o senhor Antônio Rodrigues dos Ouros e senhorita Talita, aguardou pelo tramitar do processo. Transcorrido 30 dias após  a solicitação, lhe foi entregue a cópia da multa onde pode constatar um equívoco na digitação da placa e que sua moto continuava isenta da penalidade, mas teve que aguardar uma nova ação para a correção do processo e da anulação da pena aplicada.
Finalmente, em despacho datado de 03/09/20015, o seu pedido foi atendido e aquela Entidade reconheceu a sua inocência. Diante de tal fato, registra através desse veículo o seu agradecimento à equipe do DETRAN local pelo empenho.

Foto CV.

domingo, 25 de outubro de 2015

O golpe final.

Vista parcial em Janeiro
Nos últimos anos, a falta de chuva nas cabeceiras do Tietê trouxe desolação para a região. No ano passado já não houve piracema pela falta de água e as interrupções nos canais fluviais. Das represas que sofriam com essa dificuldade, a barragem de Ponte Nova era uma exceção. O desnível do aterro preservou um grande lago acima do aterrado e que mantinha ali um mínimo de vida aquática. No início do ano já se falava na drenagem daquele lago. Eu mesmo publiquei em S.O.S Ponte Nova, em janeiro, uma nota sobre o assunto:
Mesmo tendo esse fim anunciado em virtude da falta da chuva, já se espalha pela redondeza de que a Sabesp/DAEE irá drenar aquele grande lago que se mantém acima do aterrado devido ao desnível geográfico. Ou seja, na busca por uma solução passageira – as precipitações se aproximam e o conteúdo daquela lagoa será um paliativo -, poderá destruir muitos alevinos e ovas que estão sendo depositadas nas matas ciliares, visto que aquela reserva é uma sequencia da represa e mantém em seu leito ampla quantidade e variedade de peixes”.
Hoje 
O que antes era um presságio, agora é realidade. Hoje o antigo lago se tornou lama. Nem peixes, nem água, nem os veranistas. Outro fato que me chamou a atenção é época que se deu início a obra. A primavera vem trazendo chuva e, ao que tudo indica, o verão será com muita água e aquele trabalho está sendo executado num período desfavorável quando se trata de terraplanagem. Isso mostra que os moradores da região do Alto Tietê terão que utilizar a estrada da Usina já que a espera para a execução da ponte pode aumentar. Por outro lado, o fim do lago despejou no que resta do açude toda a reserva de vida aquática, vida essa que terá dificuldades em se repor; motivo: o grande Tietê não passa de um ribeiro e, no estado atual, a piracema não ocorrerá.



sábado, 13 de junho de 2015

Ao soldado desconhecido.

 Comemorar o Dia do Pracinha Salesopolense deveria ser uma missão festiva, mas não é. Não há interesse em compreender as dificuldades dos anos quarenta do século passado. A história descrita nos currículos escolares não se empenha em mostrar os fatos e aqueles feitos estão sendo gradativamente, esquecidos. Afinal, quem eram aqueles soldados há sete décadas atrás?...Eram todos adolescentes, esperançosos e sonhadores diante do mundo que se descortinava pelas mudanças impostas por Getúlio Vargas. Mas, para tal, era necessário certificado militar e, para consegui-lo, teriam que se sujeitarem aos maus tratos do Serviço Militar. Dois anos de suas vidas seriam empregados; em compensação, eles estariam aptos a buscarem os mais belos ideais. O que eles não sabiam era que o mundo se enfureceria e sua estadia de dois anos seria ampliada; eles foram lançados numa guerra mundial.
Convocados ou voluntários nas manobras se encontraram e partiram juntos para a fatídica aventura, mas o Senhor da Guerra zela pelo combatente fiel. Quando despertou no coração de meia dúzia de meninos o desejo de adiantar na história antecipando a sua maioridade, (permitia-se jovens letrados com dezoito anos para a formação militar) Ele já vislumbrava outros caboclinhos que deixariam as suas famílias, a sua lavoura e seriam integrados num mundo onde havia neve, fome, língua estranha, solidão e desespero. Quando aquela porção de meninos cultos iniciou sua carreira no Regimento, já estava escrito: “Eles seriam o apoio necessário providenciando a integração junto aos superiores para que os valentes montanheses destronassem o inimigo”.

Abílio dos Passos, Foto Faria.
Assim foi feito e os poderosos alemães se renderam permitindo que o mundo tivesse um pouco de paz. Juntos, há 70 anos, venceram! Onde imperava o poder, o ódio, a força bruta, eles saíram vencedores. Hoje são os que sempre foram: heróis?...não. Soldados desconhecidos.
Há mais de duas décadas que se comemora o dia do Pracinha Salesopolense. O símbolo de sua praça é uma estátua sem fisionomia definida, e, paralelamente o que se vê, foi o abandono gradativo dos velhos heróis. Heróis com todos os traumas que uma guerra pode impor, mas eles venceram a ambos e se mantiveram na vida. Por capricho do destino, alguém teria que assinar o embate final e coube a Abílio dos Passos, por integrar o 1º Batalhão de Infantaria, assinar com seu sangue a vitória do Monte Castelo. Conforme assegurou o Segundo Tenente Pedro Fróis: "seu Batalhão combateu na véspera e, como houve muitas baixas, o General da Divisão os poupou no desfecho final; nele, o único participante de Salesópolis, o Soldado Abílio Nunes dos Passos, tombou".   
Tentando superar a perda do amigo Abílio, os Pracinhas procuravam se alegrar, mas foram tomados por outro golpe: num acidente infeliz, dos dezenove sobreviventes, José Francisco de Mello também não se apresentaria vivo em sua terra. Chegando em separado, cada seguiu o seu destino o qual mantiveram até a morte. Só nos anos oitenta do século passado que governo militar de João Figueiredo reconheceu seus feitos concedendo-lhe uma patente e um soldo menos injusto.
 Dos mais, são o que sempre foram: de baixa estatura, simples de aparência; mas quando falavam mostram o seu valor. As dores do corpo ferido foram superadas, o abrolho na alma já não os atormenta. Suas narrativas eram de vitória, de dificuldades superadas e cresceram a ponto de entender a fragilidade dos grandes nomes que administram o mundo. Fazem parte de uma minoria que olhavam o passado com brandura, mantinham a cabeça ereta e afirmavam: “quando a vida exigiu, estivemos lá e fizemos o que foi possível”.

Foto: CV
Se a situação pedia força, eles a impuseram; mas quando basta somente administrar o que já foi conquistado, as lideranças fracassam. A vida cercada de progresso não evoluiu. O acúmulo de sabedoria vem transformando os homens em animais conscientes e invencíveis. A evolução humana não foi capaz de suprir as necessidades próprias e decai em violências. Os próprios Praças viveram entrincheirados diante das atrocidades das ruas. Os heróis de verdade foram ignorados em sua próprias casas. Políticos, educadores, estudantes não se interessam por quem fez de sua vida uma fonte de transformação. A sociedade culta e livre, marco que a sua vitória consolidou, não dispuseram de tempo para vê-los e ouvi-los. Preferiram se calar recolhendo-se na pobreza de seus abrigos. Na comemoração, muitas autoridades preocupam-se em apresentar as suas escusas. As lideranças não veem a realidade dos fatos conforme afirmou o Segundo Tenente Fróis, “as guerrilhas e ataques que assolam todo o mundo só serão sufocadas por uma guerra de proporções maiores. A primeira delas foi assim; a segunda, também; e todos esses afronto que vêm ocorrendo no Golfo Pérsico e região, são as agitações para um embate militar de forma descomunal.”
Para eles, os bravos soldados foram estranhos. A imagem que era simbólica, hoje simboliza a realidade: são cada vez mais desconhecido e sem face. 

 Diante de tantos desencontros só lhes resta esperar pelo lado espiritual; afinal, se o Deus da Guerra lhes foi complacente em seu tempo, que o Deus da paz lhes conceda indulgência às suas almas. Pracinhas, a sociedade está em dívida convosco!           

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A um passo atrás.

Durante as últimas décadas a ciência evoluiu de forma considerável. Tudo o que parecia impossível vem encontrando explicação e as soluções - totais ou parciais - acontecem.

Do clipe ou da caneta tinteiro - sonho de consumo em seus dias-, ninguém se lembra; há menos tempo, o fac-símile, que foi o “boom” dos anos noventa é sufocado pelo e-mail assim como as correspondências via-papel que perduravam desde os pombos-correios.
Muitos avanços vieram e, segundo os descobridores, elas são para beneficiar o homem. Mas houve outras melhorias que não têm a mesma difusão entre a humanidade. O motor a explosão e a energia elétrica muitos ainda desconhecem. Outro feito catastrófico é o progresso da ciência militar. Adaptada a tanques e a aviões, nos anos sombrios ganhou versão teleguiada e o conhecimento humano desenvolveu verdadeiros flagelos. O capitalismo desenfreado, as disputas por poder, a quebra de tabus abriram novos horizontes científicos. Por outro lado, os feitos cobram da humanidade adaptações racionais que elas não conseguem assimilar.
A ciência avança entre as tribos indígenas, mas não é corriqueira nas favelas e guetos. Também é questionável o tempo em que ela gasta para dar suporte. Da máquina de escrever ao teclado foi uma eternidade; das experiências dos irmãos Lumière a fita VHS, ou do gramofone ao CD, foi de quase um século. A Aids se alojou a mais de trinta anos diante de sua cura. Outros anos foram necessários para erradicação da febre amarela, da paralisia infantil e, porque não dizer do câncer com sua diversidade que ainda é uma moléstia desconhecida. Contudo ainda persiste a dengue.
Hoje, quando se levanta, basta olhar os e-mails ou as notícias que os portais resumem para se ter uma ideia do que acontece no mundo. Reuniões em outras cidades? Com um simples toque as salas se juntam e em videoconferência tudo se resume. Se estiver em trânsito, têm-se o telefone celular-sonho das décadas passadas, que a realidade o tornou essencial nas nossas vidas.
No entanto, amparados por tantos avanços, surgem pessoas estressadas, vítimas de insônia, atrasadas, carecendo cada vez mais de carros mais velozes, apetrechos tecnológicos (Palmtop, notebooks, pen drives, webcam, internet) de última geração para suportar a corrida diária, numa luta desesperada como se o dia tivesse 16 horas apenas.
Com o pretexto de que todo o avanço tecnológico está à disposição do homem, milhões são gastos diariamente em tecnologia que apenas corrige e não antecipa os fatos. As esperadas conquistas chegam quase sempre atrás dos sinais dos tempos, esse intransigente coordenador que manipula as pessoas como peças num tabuleiro causando-lhes quedas, perdas e conquistas inesperadas. Nesse embate muito se afirma, mas o certo é que nenhuma técnica, credo ou ciência convence de que a culta raça humana é capaz de gerir-se a si própria, e as conquistas, na verdade, são arranjos para corrigirem distúrbios que a sabedoria é incapaz de antever.

         Ciro do Valle 04/08/2010).
                                                      Comentário.
         05/08/2010 08:12 - Od L Aremse M Peterson     recantodasletras.com.br
É isso! Há um passo atrás, isso tudo ocorreu, mas a um passo À frente, tudo pode passar num piscar de olhos! Avizinhamo-nos de um fim trágico e apocalíptico, graças ao 'non sense' do homem moderno. Apesar de racionais, sem depreciar os animais, agem irracionalmente. Estes mostram mais racionalidade quando demonstram seu zelo por seu habitat e lutam em favor do grupo e, instintivamente, lutam pela sobrevivência e permanência no planeta. Como Cristão, creio que isto é o cumprimento das Escrituras e que o Senhor não tarda. Deus o abençoe! Parabéns por excelente texto. Aguardo sua leitura e comentários..

terça-feira, 26 de maio de 2015

Afogado. (Prato culinário)

A tradicional mistura de costela, tempero e farinha de mandioca fez história. O porquê do nome afogado deve ser tão improvisado como a própria descoberta. Para o bom provador existe até uma técnica. Jamais se deve acompanhar o preparo. O mistério se estende à todo o processo do abate, tempero e cozimento. Ainda sugere que o contato visual e olfativo seja conhecido na hora da refeição e, de preferência, que ela ocorra após o meio dia no apogeu na fome. Outra exigência dos “afogadeiros” é o acompanhamento de uma boa cachaça e o cozimento em fornos de cobre sobre fogo a lenha proporciona mais sabor ao prato. Da mesma forma a “carne da costela” cedeu lugar ao acém.
Nos últimos anos, a inclusão de outros ingredientes trouxe mais aparência e diversidade no sabor. De uma forma ou de outra, o sabor característico do afogado vai ganhando espaço no meio gastronômico. Sua origem é questionada. Os Salesopolenses, os Santa-branquenses e Paraibunenses, (Se é que se pode tratá-los assim), defendem a sua autoria. Querem a sua patente e fazem largo uso dessa iguaria. Afirmar que um ou outro foi o inventor desse cardápio é incerto. Baseado na forma como era e é difundido, o Afogado tem a mesma origem da feijoada. Seu real inventor não foi preservado por ter a sua origem no seio da pobreza. Segundo relatos de pioneiros, é fruto de improviso. Sua criação está ligada a mais indigna miséria. Com o afastamento da cultura do café para o interior do Estado de São Paulo, muitas famílias permaneceram nas regiões montanhosas das margens dos Rios: Paraíba e Paraitinga; proletárias e sem reservas financeiras, tiveram dificuldades em se adaptarem a nova realidade. O emprego das migalhas de carne incrustadas nas carcaças de animais era a salvação dos pobres, assim como a farinha de mandioca.
Afogado. Foto CV
“A mandioca, após o período mínimo de crescimento (dez meses e plantada entre julho e setembro), por ser uma raiz, pode ser aproveitada em qualquer época, inclusive nos meses de entressafra”. Alzira de Oliveira, (1927-2012).
Dessa forma, a família numerosa e de baixa renda que muito sofria, fazia o seu uso em larga escala. Os fazendeiros, conhecedores do problema, lhes doavam as costelas e crânios de animais abatidos. Outro produto disputado por essa classe era a víscera. A rês era assim dividida: os mais abastados reservavam as melhores partes. A classe intermediária procurava pela “barrigada de arrasto” (As vísceras completas incluindo da língua às tripas) e, por último, a suã, o crânio e mocotós que eram vendidos por preços irrisórios ou mesmo doados atendendo as necessidades dessa gente. De posse dessas peças, ia o caboclo para sua cabana e tratava as partes com sal antes de pendurá-las no fumeiro. Em tempos de misérias, cozinhavam-se os restos e serviam com farinha de mandioca existente em todas as fases do ano. Com o passar do tempo essa experiência ganhou também outras classes sociais e passou a ser a alimentação para as festas tradicionais devido ao seu baixo custo. O mesmo processo se aplica à moda “Vaca atolada” onde raiz de raiz de mandioca é cozida diretamente com a carne.
Sobre a sua autoria, é justo afirmar que se trata de um fruto da  área leiteira onde os grandes criadores, antes de deitarem fora às partes “sem valor” dos animais, doavam aos menos favorecidos. Salesópolis, Santa Branca, Minas, todas as regiões criadoras desenvolveram o seu aproveitamento. Para aqueles que ainda não conhecem, cabe o convite para experimentá-lo e bom apetite!  
C/ Ciro do Valle/ 2006

terça-feira, 12 de maio de 2015

Sob nova direção.

Desde a pré-história os homens se atrelaram aos outros, seja por insegurança ou por submissão. Cada tribo tinha o um líder que a comandava nas batalhas e um guia religioso que cuidava da parte mística. Coerente ou não, eles detinham a classe humilde que se rendia diante de sua espada.
Com o fortalecimento do segmento que viria a ser a Igreja Católica Romana, a ascensão de Moisés na fuga do Egito estabeleceu a sua liderança.
Dessa conturbada fase, um feito cultural se manteria em evidencia: o dízimo. Dos remanescentes de Jacó, foi designada que a tribo de Levi cuidaria da parte religiosa e, para que ela sobrevivesse as demais contribuiriam com a décima parte do que produzisse lã, azeite, trigo, animais e ouro para os ornamentos do templo e assistir os órfãos, viúvas e os pobres
Sempre aliada às classes dominantes e combatendo a ferro e fogo os dissidentes, o catolicismo sobreviveu. Muitos de seus seguidores migraram para as novas descobertas marítimas em busca de fiéis e foram os membros da Companhia de Jesus que registraram a história das Américas.
Filho dessas descobertas, o Brasil manteve em seu bojo a formação dessa crença. Posteriormente, com a vinda dos italianos e espanhóis consolidou a cultura cristã.
Mas o século vinte traria mudanças. As Guerras Mundiais alteraram a economia, os hábitos e a prática religiosa. Enquanto perdia seus seguidores, a Igreja via suas finanças despencarem. Pressionada por mudanças internas, crescia a presença dos protestantes que sobreviveram as pressões.
O próximo passo foi fazer concessões e, e o mesmo tempo, restabelecer prática do dízimo para arcar com as dívidas que avolumavam. Por outro lado, o Regime Militar implantado nos anos 60 tomou suas próprias diretrizes visto que a fé empírica era um peso em suas decisões arbitrárias. Com isso, o crescente avanço submisso dos evangélicos era inevitável. Atuando como oposição buscava arregimentar os descontentes com os dogmas cristãos.
fotosearch.com.br
O fim do militarismo, o crescente avanço do conhecimento e as liberdades que a nova Constituição concedeu, a humanidade entrou para o Terceiro Milênio com um povo tribalizado sob inúmeras denominações. Interpretando a Bíblia sob a sua ótica, usam de sua influencia sobre as classes ignoradas pelos descasos políticos pregando à decadência e os convocando a união de forças. O antigo dízimo que mantinha os Levitas é irrisório diante dos conclamados pelos pastores. Eles exigem os dez por cento dos vencimentos e participações nos eventos.
Em duas décadas os Evangélicos dominam grandes redes de comunicação (rádios, tvs e gravadoras e gráficas) impondo restrições e pagando com alto preço pelas horas em programação em horário nobre; promovem shows e encontros expandindo seus horizontes. A sua comunidade é formada por favelados, ex-dependentes químicos, educadores, advogados e profissionais liberais.
Outro feito é à entrada de seus membros para a política. Com presença em quase todas as escalas já se estabeleceram em Brasília. A força que os católicos exerciam na eleição, os crentes agem nas interpretações e execução da lei. Embora não se possa afirmar que estão unidos pela causa em função das discórdias existentes entre as lideranças, é certo que os brasileiros terão pela frente, se não agora, mas em futuro próximo, uma nova forma de liderança.
Em 2010 e 2014, a candidata evangélica Marina Silva foi postulante a um cargo maior: a presidência do país. Isso evidencia que, mais que a parceria subserviente milenar que os católicos exerceram, os evangélicos demonstram que, também na política, além de cargos menores, eles querem muito mais!



sábado, 4 de abril de 2015

As leis, o trânsito e a vida no subúrbio.

Periferia.
As lombadas, semáforos, placas de advertências, símbolos demarcatórios essenciais nos centros urbanos poucos significam na periferia ou nas cidades interioranas. Nelas, nas horas de rush é um caos. Não importa a pressa ou a mão de movimento, a população desses núcleos fazem suas próprias leis, ignoram regras, estacionam em locais proibidos, fazem reuniões nos cruzamentos. Nas ruas, os pontos de comércio atraem consumidores que invadem o passeio público. Comportam-se igual aos habilitados em países que adotam a “a mão inglesa – seguem pela esquerda” – No Brasil, o estilo é a “mão francesa”. Advertidos pelos relógios e pela tradicional desatenção, estão sempre atrasados e se se espremem pelas ruas encurraladas pelos veículos. Por entre os carros deixados obstruindo o transito, famílias passeiam de mãos dadas sem a menor preocupação com quem vem ou vai. Os órgãos de segurança pedem prudência, mas o que se vê nas ruas é uma total desatenção de condutores e pedestres que não se respeitam. Quem dirige com responsabilidade tem que conduzir por si e pelos inconstantes obstáculos encontrados nas ruas. Cães, pessoas, fechadas por indivíduos inabilitados, ciclistas, carrinhos de bebês, garis sem esquecer os buracos fruto dos descasos dos poderes públicos.  Todos vivem numa constante stress.  Pressa, compromissos, é melhor sair mais cedo!
O que fazer? Será que vale a pena abrir questão contra os desmandos? Queixar-se às autoridades?... Qual delas? Enfrentar os Boletins de Ocorrências frente ao marasmo da condução das leis? Aguardar as audiências?... Litigar contra quem? Há tempo para acionar a polícia rodoviária, civil, militar, os poderes públicos? Se essas questões são relevantes, vejamos então quem vai se combater: Autoridades? Não. Políticos, eles abafam a questão  se não lhes for conveniente. Resta então outra opção: o munícipe. Esse não tem voz como a maioria, não dispõe de meios para contra atacar, mas tem pontos a ser revisto. Sendo povo, não importa qual a sua posição social; ele ou ela é quem está mais próximo ao protestante. É aquele que se encontra todos os dias na sua luta; quem já deu carona, emprestou uma chave, já deu ouvidos a suas lamentações; ou pelos menos é alguém que, se não lhe é íntimo, já se sabe de que não se trata de pessoa mal aceita pela sociedade, que não interfere na sua vida e, o pior; provocar debate com quem é de seu convívio, não será difícil encontrar alguma pessoa que soube ou já presenciou atrocidades feitas pelo reclamantes. Em locais em que pratica o erro constantemente, não importa quem seja a índole dos contestadores, em algum lugar ele deixou se desvirtuar e cometeu verdadeiros abusos levados pela facilidade e estímulos vistos pelo trajeto. Calar ou protestar, o quê ou a quem? Cobrar seus direitos de quem não é, mas poderia ser seu amigo, eis a questão que se arrasta.
Por anos a fio segue o dilema. A periferia ou as pequenas cidades acolhem a todos como se formassem uma grande família, com calor humano, alegrias e muitos problemas.

Ciro do Valle


Foto: jconline.blogsne10.uol.com.br

quarta-feira, 18 de março de 2015

Festa dos “Zés”

Zé Flóes, 91, em plena atividade .
Publicado em março de 1997, foi uma das mais lida e comentada. Após dezoito anos,  muitos "Zés) já não estão ente nós, mas vale a homenagem.
 
Cinco da manhã, Zé Fróes solta mais um rojão e desperta a cidade. Em frente à Matriz, alguém pega o megafone e anuncia: “Vamos sair pela Rua São José, retornaremos na Praça do Peão, indo pela Avenida até o comércio do Zé Cunha. De lá, regressaremos seguindo em direção à "Moacir Wuo", até a Rua Zé Luiz que era Alferes, e aqui nos reuniremos para a bênção.”
Parte o cortejo. Na frente vai Zé Laurindo, Zé Hilário, Zé Santana e Zé Aurélio; esqueceram-se do Zé Criança, mas o Zé Menino já caminhava entre os presentes. Numa das esquinas estavam Zé Pedro, Zé Renó e parentes do Zé Portela.  Enquanto caminham, comentam que a filha do Zé Nicola é "durona" como professora e que o rádio do táxi novo do Zé Brito não funciona. Salientavam que no domingo, ultimo dia da festa, vão instalar uma bateria com vinte tiros na subida, início da estrada que leva ao bairro da Barra- “Aqui NÃO”! - protestou lá na montanha, o Zé Porangaba- “Já mudei aqui pro morro para viver mais sossegado”!... Zé Pagano faz cooper; passou por eles o caminhão carregado do Zé Bino, e Zé Trindade ia de carona. Outro rojão corta o céu; o canudo caiu no quintal do Zé Miguel e despertou o cachorro que vigiava a casa do irmão do Zé Eleutério. Dois "Zés Gordos" correm em direção à rodoviária: “O Zé Trama tá saindo!... Zé Ricardo não se levantou e o Zé do Geraldo Pedro não mora na loja”.
Chega o Sol e, com ele, a multidão. Num ônibus dirigido por Zé Porquinho, veio o Zé Vieira, Zé Bragança, Zé Galiano e o Zé Moreira. De carona com o Zé Bracaiá, várias pessoas, entre elas o Zé Soares. Zé Costa trouxe a Kombi lotada...
Dizem que o patrão do Zé Ribeiro, mais o Zé Francisco e o Zé Ferpudo tentam convencer o Zé Magal que, apesar de veterano, ainda insiste em jogar futebol. Por outro lado, a irmã do Zé Apolinário e a dona Tereza Marcos advertem seu filho, Zé Maria, que observa o Pau de Sebo. "Isso é coisa para crianças. Você não está pensando em subir lá..."
Hora da saudade. O pai do Zé Hermes, Zé Nunes, Zé Anselmo, Zé dos Santos, Zé Rosa e Zé Peão relembram Zeca da Bitica, Zé Lourenço, Zé Cândido, Zé Erculino, Zé Caetano, Zé Mineiro, O PM Zé Maria de Almeida, Zé Norato, Zé Elias, enlutados pela recente partida do Zé da Sianinha.
Zé Pedrinho, com suas histórias, enrolava Zé Dias e Zé Emboava; Zé Siqueira e Zé Maia que o conhecia não se aproximaram e se limitaram a comentar com o Zé Crispim que o secretário da paróquia, que é sobrinho do saudoso Zé do Carlito, não vai ser padre: ele vai casar... Zé Martim e Zé Carvalho acharam engraçados...
Aguardando a vez no salão do Zé Barbeiro, Zé do Gregório, Zé Periquito, Zé Pica-pau e Zé Chico ouvem o descontraído QSO entre Vagalume e Zé do Brejo sobre o antigo Ford amarelo do Zé Bilitardo; de "bigode à distância" pelas ondas do PX. Zé Leme, de carro polido, passa em frente ao Zé Freire, onde Zé Artur, Zezinho Venâncio, Zé Português e Zé do Raul ouvem os lamentos dos carreteiros Zé Branco,Zé do Cristo e Zé Pixincha. Em outra esquina, Zé Véio e Zé Passarela caminhavam em direção à Praça; notaram que alguém riscou a pintura do táxi do Zé Xilim, enquanto Zé Sorveteiro "descolava" um cigarro. Sentado na porta do escritório do Zé Capela, Zé Baixinho, primo do Zé Venâncio, notou que o ex-prefeito Zé Francisco indagava sobre o paradeiro do Zé dos Ouros, enquanto a sobrinha do Zé Américo confirma com o Zé Antonio, da rádio, se haverá o show com Zé Severino, músicas de Zé Rico e o retorno do Zé do Jorge que abandonou a sanfona após o casamento. Zé Hulk agita as garotas e, brincando com o seu filho, lá vai a Bernadete do Zé Roberto, irmã do Zé do Souza que é manequim, mas não desfila em passarela; logo em seguida, as futuras damas desfilam seus encantos: Claudete, neta do Zé Pascoal; Érica, sobrinha do Zezinho Pinto; Daniela, filha do Zé Vítor; Aline do Zé das Dores, sobrinho do falecido Zé d'Ozório e a Lourinha, neta do Zé Lopes.
O calor era intenso. No jardim, Zé Ganso e Zé Ilídio concordam que a freira, Irmã Conceição, vem da família do Zé Ivo, e que o Zé Tiago agora é crente. No carrinho do Zé Patrício, Zé Divino e Zé Patriota se entretêm com as ideias do Joãozinho, irmão do Zé Rosendo. À parte, Zé Paca e Zé Paulino comentam que o Zé Macaco dá show de salsa nas noites de terça, lá do Luso, e Zé Hidalgo com um dente "encravado", promete ir se consultar com a esposa do Zé Romão. Numa barraca, Zé Barreto, Zé do Armindo e Zé de Matos se atualizam. Zé Morais tudo observa, Zé Marciano sente calor e Zé Bastião faz sua ronda. Zé Fartura anda sozinho, Zé Boi não quer conversa; entre eles, Zé do Anísio e Zé de Campos debatem o jogo do Palmeiras. Zé Miranda e Zé Correia se despedem do Zé Geraldo e do Zé da Guia, enquanto Zé Generoso e Zé Melancia se refrescam com cerveja e lembram que o Zé Preto pretende mudar de ramo; que o Zé Linguiça anda sumido e que o lendário Zé Cambeva agora pode ir à Lua. Seu Ditinho, irmão do Zé Rodrigues, abençoa o Zé da Adelaide. O prefeito Zé Feital cumprimentou o Zé Amaro, Zé Sabino, Zé Camilo, o Zé da Cema e mandou um alô pra turma do Zé Pinto e do falecido Zé Machado, que transformava ferro em ferramenta... Alguém chama pelo Zéco vereador: "Tá no SUDS ou no Moacir", respondeu Zé Pinheiro; Zé Aristides confirmou enquanto, discretamente, Zé Melo avaliava o traje de peão do Zé do Antenor. 
Já era tarde, e a prova ciclística havia começado. Na multidão, aguardando a chegada, Zé Vicente dizia ao Zé Cardoso que a parentela do Zé Donato, hoje só faz cachaça pro gasto! Fim de prova. Venceu o irmão do Zé do Nor, seguido por Zé Cubas. Zé Messias, Zé do Roque, Zé Orlando, Zé Ponteado e Zé Fumo aplaudiram. Entardeceu! Na procissão, a fila de "zés-maria", "zés-leite" e "zés-antonios" abrangia um quarteirão. "Zé-carlos" e "zés-luizes" outro tanto e, as "marias-josés" preenchiam todo o espaço. Notados, também, os Zés, gêmeos do Bisca, e do Rosendo Aleixo, que seguiam em silêncio. Na igreja, os Ministros estavam sob o comando do filho do Zé Gomes. Entre os paroquianos, na direita, Zé Píu; ao centro, Zé Carlos Martins e a família do Zé Chaves; na esquerda, a Sulica do Zé Fidélis. A Tequinha do Zé Raimundo ajeita o microfone. No teclado, o filho do Zé Bento acerta seu instrumento com o violão do Zé dos Passos. Alguém pede passagem: era o Zé Marcos, que chegava atrasado... Zé de Almeida ouviu quando a Chiquinha e o Zé Leite fizeram a acolhida; Zé do Abílio comentou a primeira leitura; Zé Paulo entoou o Salmo; Zé Camargo anunciou a segunda mensagem e a cunhada do Zé Carrinho chamou a todos para o Evangelho. E as leituras falavam de Maria e José! Na homilia, falou-se sobre a família: dos "Zés" e "Marias" que mantêm essa instituição. Justificou-se a falta do Zezinho, aquele que as regras do jogo da vida fê-lo um prisioneiro, e da Mariazinha miserável, que em toda a sua vida só tem sido alvo de escárnio da população, e sem motivos, portanto, para trazer ao público seu semblante de desgraça...
"O ano que passou", disse o vigário, "foi o ano de eleição. Época em que estiveram, lado a lado, o Dr. José e o Zé do Barraco; a Dna Maria e a Maria sem Rumo. Todos se uniram, pois buscavam por um mesmo ideal". Prestou-se homenagem aos Zés desconhecidos: o Zé do Facão, o da Picareta, aos Zés que empunham as enxadas, os machados, enfim, que fazem da nossa cidade a sua casa e dedicam suas vidas a ela. Por fim, o padre-cura abençoou a todos, prometendo para o próximo ano uma nova comemoração, nesta, que é a Festa do Zé Carpinteiro, nosso padroeiro e pai adotivo de Jesus.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Gente de fora.



 Seguindo a republicação de texto que abordaram personagens e feitos salesopolenses, é a vez da versão “Gente de fora” lançado em outubro de 2008.
                    
  A eleição municipal de 2008 trouxe a tona um assunto que, vez por outra, ganha espaço na mídia paraitinguim.
O candidato Roberto Pereira da Silva, embora tenha a sua origem em Salesópolis, ficou conhecido politicamente em Biritiba Mirim.
Após cumprir dois mandatos naquela cidade, mudou seu domicilio eleitoral para Salesópolis e candidatou-se ao cargo de prefeito. Essa decisão causou um reboliço nas pretensões locais. Mudanças impensáveis ocorreram visando banir o “forasteiro” que crescia nas intenções de votos. À medida que as discussões cresciam, seus adversários políticos abordaram uma reação bairrista de derrotá-lo sob a alegação de “ser de fora”, feito que rima com Salesópolis.
Nesta coluna vou abordar alguns nomes e feitos; o rol das pessoas estrangeiras que modelaram sua história é imenso. Até mesmo a criação do primeiro vilarejo foi para abrigar viajantes.
A primeira influencia teria sido o contato com a picada elaborada pelo Padre Manuel Faria Dória que unia o Vale do Paraíba ao litoral.
Foi Antonio Martins de Macedo (Antonio Aranha) quem fez uma pousada no cruzamento das trilhas que redundaria, no século XIX, na freguesia de São José do Paraitinga e, consequentemente, em Salesópolis.
Em seguida, os destaques foram as famílias Freire, Miranda, Mello e Carvalho, tidos como benfeitores por adquirirem e doarem para uso público uma gleba junto a igreja.
Na fase pós-escravidão, Salesópolis, ainda como São José do Paraitinga recebeu portugueses, italianos, espanhóis, alemães e árabes. O resultado dessa acolhida trouxe escolas, banda de música, jornal, princípios democráticos como o parlamentarismo municipal implantada na prefeitura, e um forte vínculo político com a Capital Federal. Salesópolis é uma homenagem ao senador e presidente Campos Sales, filho da região cafeeira de Campinas
Padre João Menendes, (espanhol) vigário da paróquia, iniciou e terminou a igreja Matriz que inspirou a capela de Nossa Senhora Aparecida, no Arrepiado.
Padre Manoel de Azevedo Lima, (português) melhorou o templo, dotando-o de altar-mor, bancos, relógio, sino... Teve a sua participação na economia trazendo a técnica do cultivo da batata inglesa e na política sendo influente embaixador nas dificuldades dos anos trinta do século passado.
N. Félix - A. familiar.
O finlandês Victor Wuo instalou e publicou o uso da energia elétrica. 
Os italianos Francisco e Antonio Capistrano trouxeram as primeiras jardineiras e incentivaram as serestas, o esporte, o cinema;
Narciso Félix, natural da Síria, foi destaque na moda, no comércio e no esporte;
Osório Lopes da Silva, mineiro vindo após estadia em Santa Branca...
José de Paulos e família Cardoso, portugueses que, nos anos quarenta do século passado iniciaram seus investimentos na região. O primeiro trouxe de Pilar do Sul o Fórmio (Fibra); o segundo investiu na exploração de madeira criando a primeira estrada ”tarifada) do lugar.
Ainda na década de 40, os primeiros imigrantes japoneses são assentados no atual Distrito de Nossa Senhora dos Remédios.
Padre Vicente de Aguiar decorou toda a Matriz trazendo para isso o artista italiano Antônio Limones;
Léo Ardachnikoff, de origem russa, inicia as experiências com agricultura em escala comercial.
O avanço da exploração do carvão vegetal recebe grande contingente de autônomos ádvenas. Entre eles os negros José Sebastião Alexandrino e Benedita Parente;
Em 1950, Casemiro Augusto Gomes instalou a primeira fábrica de esteira de taboa, com tecnologia adquirida em Santos; faz experimentos com grampos, rolhas, plásticos gerando empregos diretos além da considerada participação na cultura, esporte e lazer.
Padre Benedito Rodrigues da Cunha incentivou a criação de grupos de teatro, instalou o sistema de som na igreja e o primeiro cinema da comunidade.
Ruy Costa, jovem farmacêutico comprou a sua primeira farmácia na cidade; hoje é honrado cidadão salesopolense.
Adhemar Bolina, Anielo Fontanelli, Araci Camargo, professores aqui radicados e reconhecidos.
Dr. Sebastião, Dr. Mitsuo Terada, Dr. Gilberto Losano (vice-prefeito eleito)...
Tony, Karfan, família Félix, presenças libanesas no comércio.
A exemplo da professora Olga Chakur , incontáveis lecionaram e lecionam em todo o município;
Paulo Sexto, Lily Caporalli, pessoas de fora que representam tão bem esse rincão.
Há tantos médicos, enfermeiras e assistentes que fazem dessa cidade o seu ganha-pão.
Investidores de todos os níveis estão espalhados pelo município: Hotel da Barra, Pousada do Alemão (sr. Irving); família Gonçalves (Mercado Português), Okamura.
Em todos os empreendimentos bem sucedidos, há ou houve a presença de “forasteiros” envolvidos;
Profissionais liberais, locadoras, dentistas, advogados estão espalhados pela cidade, Casa essa que pela própria condição de n Estância, voltou às origens do século XIX e tem como meta acolher bem os estrangeiros.
Em 2002, em conversa informal com o saudoso senhor Syrio Félix, falando sobre o futuro de Salesópolis ele sentenciou:
“... e com todos esses contratempos que enfrentamos, o que esperar pelo futuro? O primeiro passo é treinar as pessoas ativas, estruturar o comércio, criar condições e atrações interativas, melhorar as vias de acesso aos pontos turísticos – principalmente a nascente do Tietê e esperar pelos turistas. São os forasteiros que irão suprir a nossa economia...”
Por falar em peregrino, até mesmo este pesquisador tem a honra de publicar os feitos dos salesopolenses e amigos, mas sob licença de Santa Branca, onde ele viu pela primeira vez a luz. 
10/2008.