domingo, 21 de fevereiro de 2021

Trump, o Covid-19 e a Eleição.

 

“O PRESIDENTE DONALD TRUMP FOI CONTAMINADO PELO COVID-19”.

visao.sapo.pt/ google
As manchetes principais de todos os meios de comunicação do mundo, na noite do dia 01 de outubro de 2020, estampavam esta matéria. O homem mais protegido do planeta havia testado positivo para a Covid-19. Porque só agora? Perguntavam-se. ... quando os laboratórios já afirmavam que as vacinas estavam chegando ao término dos testes necessários e prestes a serem aplicadas em larga escala na humanidade!... sem mencionar que o aparato de segurança da Casa Branca era o melhor do mundo! ... daí expor a maior autoridade ao vírus teria sido um descaso? O texto também afirmava que o mesmo havia ocorrido com a primeira Dama, é um fato compreensível. Se ambos habitavam no mesmo espaço... improvável seria se ela só viesse a ser infectada dias depois, e por fontes desconhecidas; mas, enfim, era o fato. E a imprensa mundial se encarregou de apregoar um momento difícil daquele que tem em mãos o maior poder bélico, que é influente no setor social, econômico, político e produtivo em todo o planeta.

Em meio a tanto alarde, veio outro questionamento: - como seria a sua recuperação, sendo ele uma pessoa senil?... porém, bastou o índice de popularidade de Biden se elevar perante na opinião popular para que a saúde do velho dirigente se reestabelecesse.  Ainda vociferando sobre a fragilidade da doença, que não passava de um mal estar, ele se dizia recolhido para se recuperar em casa.

Qual seria o real motivo de seu afastamento? A saúde debilitada? De fato, ele se contaminou? ... para quem tem as melhores referências médicas ao seu dispor e já havia superado outros contatos com portadores da mesma virose, e permaneceu ileso!... só agora veio a ser acometido do mal do momento? Não seria uma estratégia para chamar a atenção dos eleitores frente a aparente queda nos índices de apoio apresentado pelos órgãos de consulta? Em uma nação em que os eleitores estavam votando pelos correios, qualquer queda na opinião poderia ser fatal. Recuperado, sem sequela e indiferente ao clamor do mundo, ele permaneceu se opondo aos tratos contra a pandemia, indicando medicamentos experimentais como alternativas, debochando das medidas mundialmente recomendadas e enaltecendo aqueles que rejeitavam atos restritivos à liberdade. Manteve, ainda, os desafios e provocações às grandes potências, mas o mesmo poder que ele exibia ao mundo, já era combatido internamente por suas atitudes contra as minorias, no desprezo com os negros, em um formato eleitoral que permite aos eleitores anteciparem suas opiniões; que admite que o constituinte opine motivado por (eventuais) questões pontuais, correndo risco de tomar uma decisão errônea e sem a possibilidade de voltar atrás.

Após conturbada campanha, no dia 03 de novembro de 2020, concluíram-se as votações e os americanos, natos e naturalizados, ainda em sigilo, determinaram quem deveria comandar o seu país nos próximos quatro anos.

Chegou a hora da verdade. Voto a voto, a opinião de um povo, que se diz ser o mais culto no critério democrático, assegurou o Cargo Mor ao seu concorrente, que prometia um mandato mais humano, que se propunha a buscar o equilíbrio entre os homens e a natureza; e que defendia - em partes- os ideais de Obama, o negro.   

Muitos dos votos negados a Trump foram respostas às más atitudes suas com relação ao racismo, em desprezo à memória de George Floyd, -enaltecido em todo o planeta-, e com as ações lesivas advindas de um vírus invisível que assolou os americanos.

Não bastando mais recurso legais ou políticos, Donald Trump se rendeu. Nos dias que antecederam a sua despedida, ainda usou de todas as suas artimanhas: provocou as autoridades locais, questionou a lisura da eleição e, em ato desesperado, convocou os aliados para marcharem até o Capitólio tentando intervir na confirmação da eleição de Biden; fato que redundou em agressões, mortes e em mais um pedido de impeachment não concretizado, graças a atitude parcial do Senado que o manteve elegível; mas entrou para a história marcado por atitudes reprováveis à democracia. A maior economia do mundo, a mais alta potência militar também conquistou, como em muitas modalidades de competições, o primeiro lugar isolado em óbitos, frutos de uma virose que ele afirmava ser só um mal-estar.

Por ironia do destino, o homem mais poderoso, aquele que se impunha sobre as nações, que “venceu” a Covid 19, caiu em descrédito frente a um inimigo conhecido que, em seu momento, amparado pelas leis que sustentam os direitos humanos, o derrotou com um pacífico... não!