Ela
surgiu como uma necessidade, tornou-se imprescindível; mas está indo embora.
Recrutada do século XX, veio em um momento em que o avanço do Covid-19 se
expandia de forma desenfreada. No apogeu da pandemia, em todo o mundo sua presença
foi imperiosa. Era um desfile de arte, de tédio e de insegurança. Todas as
pessoas de bem a utilizaram e -ainda usam-, mas seu tempo está acabando com o
fim da quarentena...
A
pandemia que em 2020 assolou o mundo provocou muitos transtornos. Entre tantas experiências,
o planeta se tornou um imenso centro de pesquisas, de embates políticos e
fanáticos, mas nem tudo era problema; há detalhes que se afloraram exigindo dos
indivíduos atos inovadores, permitindo que a vida, em sua plenitude, se
mantivesse ativa.
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Vez
por outra, surgia postagem contra o seu uso alegando que o indivíduo poderia se
sufocar. Era uma inverdade tão insossa que um aluno do ensino básico sabia de
cor. O pequeno espaço que há entre as narinas e a máscara pouco representa
frente aos tantos gases e corpos nocivos que ficavam retidos nelas.
Ainda
no quesito efeito social, pode-se dizer que a mesma proteção que oculta o rosto
e impede a invasão total da vida em miniatura que permanece no ar, desnuda uma
dura realidade que permanece entre os seres humanos. Em um mundo que há
milênios se tenta preservar o amor ao próximo; hoje, visivelmente, parte da
sociedade age como se fosse o dono da sabedoria e da ciência. Alguns porque
discordam, se esquecendo da dor humana, do desespero na presença eminente do
desconhecido, dos profissionais da saúde. Ainda questionam porque acham
deselegantes; há aqueles que o fazem por ausência de conhecimento; outros para
fazerem o que é mais desprezível na humanidade que é se prostar às autoridades
narcisas que, se julgando a mais astutas do mundo, debocham da pandemia
desconsiderando a vida como um todo, estimulando a imunização de rebanho,
independentemente de suas deficiências patológicas.
Diante
de tantos prós e poucos contras, enquanto a imunização completa não vem, é
prudente que se utilize desse aparato. Embora seja desconfortável em
determinados lugares, ela detém uma gama de vírus e microrganismos que
afetariam seus órgãos mais sensíveis.
Agora
que a imunização se aproxima dos 80%, a
proteção ainda se faz útil nas cidades de veraneios por estas estreitarem o
contato com pessoas de origens desconhecidas. Da mesma forma, no trato com
idosos, classes de alto risco e em ambientes aglomerados. Na prática, ela cai
bem no “busão”, nos trens, na feira livre; no churrasco na laje; e sendo uma
proteção buco-facial, protege o organismo, mas não oculta a identidade das
pessoas que têm por si ou por quem participa de seu convívio, um pouco de
respeito.
Por
fim, onde você pode ficar sem ela. Se o ambiente for seguro, confiável, com
pessoas de sua inteira confiança; nada impede que nele exponha seu mais belo
sorriso - aquele que ficou trancado há mais um ano - ou se for com a pessoa
amada, num banho de espuma; ou mesmo sob uma ducha discreta, onde a água morna,
límpida, desponta de uma pequena cascata térmica e escorre pelos relevos e
cavidades desvendando a geografia humana e seguindo em direção ao mar... ou
naqueles momentos extremos em que os corpos falam por si... também poderá
descarta-la, (a máscara) sem remorso.
Quanto
a proteção sobre o rosto, seu legado marcará uma fase trágica que entrará para
a história, um longo desfile que não será esquecido, mas sem deixar saudades!